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O Papel dos Pets na Saúde Mental das Pessoas

Por Ana Paula Astrulakis, Psicóloga e Especialista em Comportamento Animal

O impacto positivo que os animais de estimação têm na vida humana vai muito além de simples companhias. Estudos científicos já demonstraram amplamente que os pets, especialmente cães e gatos, desempenham um papel significativo na saúde mental das pessoas, auxiliando na redução de sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Este fenômeno pode ser explicado através de diversos fatores, incluindo a conexão emocional, as interações físicas e a rotina de cuidados diários que fortalecem o vínculo entre tutor e animal.

Como profissional especializada em comportamento animal, acredito que é fundamental entendermos os aspectos desse relacionamento e como ele pode ser otimizado através de uma abordagem especializada, visando tanto o bem-estar do pet quanto a saúde mental do tutor. Neste artigo, exploro os benefícios psicológicos da convivência com animais de estimação e o papel crucial dos especialistas em comportamento animal na facilitação dessas interações.

Benefícios Psicológicos dos Pets

A relação entre animais de estimação e seus tutores tem um impacto significativo na saúde mental, especialmente no alívio de sintomas de ansiedade e depressão. A interação com um animal, principalmente cães, proporciona uma troca afetiva que vai além da simples companhia. Cientificamente, isso pode ser explicado pela elevação dos níveis de oxitocina, um hormônio associado ao relaxamento e ao vínculo emocional. Este aumento ocorre tanto nos tutores quanto nos próprios animais, criando uma conexão afetiva intensa e mutuamente benéfica (Odendaal, 2000). A oxitocina também é responsável por reduzir o estresse e gerar sentimentos de conforto e segurança, essenciais para pessoas que enfrentam transtornos como ansiedade e depressão.

Vínculo Emocional e a Conexão com o Presente

A ansiedade está fortemente ligada à preocupação excessiva com o futuro, enquanto a depressão frequentemente se manifesta em ruminações sobre o passado. Os animais, no entanto, vivem exclusivamente no presente, o que os torna uma excelente fonte de suporte emocional para aqueles que lutam para se conectar com o “aqui e agora”. A simples presença de um cão pode ajudar a desviar a atenção das preocupações, ao mesmo tempo em que força o tutor a focar em necessidades imediatas e rotinas, como alimentar, passear e brincar. Essa conexão com o presente é particularmente terapêutica para pessoas com transtornos de ansiedade, onde o excesso de pensamentos sobre o futuro pode ser paralisante.

Estudos indicam que o contato físico com animais de estimação, como acariciar, brincar ou até mesmo apenas a companhia silenciosa de um cão, ativa áreas do cérebro associadas ao prazer e à sensação de recompensa. Isso está relacionado à liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, ambos fundamentais para o equilíbrio do humor (Beetz et al., 2012). A dopamina é conhecida como o “hormônio do prazer”, enquanto a serotonina está diretamente ligada ao sentimento de bem-estar. Em indivíduos com depressão, os níveis de serotonina tendem a ser mais baixos, o que explica o humor deprimido e a sensação de esgotamento emocional. A interação com os pets ajuda a restaurar esse equilíbrio químico no cérebro, proporcionando alívio dos sintomas.

Efeitos Fisiológicos da Interação com Pets

Além dos benefícios emocionais, a interação com pets traz também efeitos fisiológicos mensuráveis que estão diretamente ligados à redução do estresse e da ansiedade. O simples ato de acariciar um cão ou um gato pode diminuir a pressão arterial e reduzir os níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse crônico (Beetz et al., 2012). O cortisol, quando elevado por longos períodos, está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo insônia, aumento da pressão arterial, ganho de peso e problemas cardiovasculares. Ao interagir com um pet, os tutores experimentam uma diminuição natural nos níveis desse hormônio, o que promove uma sensação geral de relaxamento e calma.

Estudos demonstram que a presença de um animal de estimação pode criar um “efeito de escudo” contra o estresse. Por exemplo, pessoas que convivem com pets relatam uma recuperação mais rápida em situações estressantes do que aquelas sem animais de estimação (Allen et al., 2002). O efeito calmante da presença do pet é amplamente utilizado em ambientes terapêuticos, como em terapias assistidas por animais, que comprovadamente ajudam no tratamento de pessoas com transtornos de ansiedade generalizada e depressão severa.

A Importância da Rotina e do Compromisso

Outro fator importante é o impacto positivo da rotina que os pets impõem aos seus tutores. Para pessoas com depressão ou ansiedade, que frequentemente lutam com falta de motivação ou energia, cuidar de um animal pode proporcionar um senso de responsabilidade e comprometimento diário. Ter que alimentar, passear e cuidar do bem-estar do pet cria uma estrutura de rotina que pode ser extremamente benéfica para combater o isolamento social e a inércia típica de quadros depressivos.

Esse comprometimento não só aumenta o senso de propósito, mas também proporciona pequenos “reforços positivos” ao longo do dia. A felicidade do pet ao ser alimentado ou a excitação durante o passeio são recompensas emocionais que mantêm os tutores engajados e motivados. Ao fortalecer essa relação de reciprocidade, o tutor passa a experimentar um senso de realização pessoal, que também contribui para a melhoria do estado emocional geral.

Exemplos de Casos de Sucesso

Um exemplo claro de como os pets podem transformar a vida de pessoas com transtornos mentais é o caso de indivíduos que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Estudos demonstram que cães de apoio emocional ajudam a aliviar sintomas graves de ansiedade e depressão, além de melhorarem a qualidade do sono e reduzirem ataques de pânico (Yount et al., 2012). A interação com o pet faz com que a pessoa se sinta mais segura e menos vulnerável, criando um ambiente emocional mais estável e saudável.

O Papel dos Pets no Apoio Terapêutico

Nos últimos anos, o uso de animais de estimação como uma forma de apoio terapêutico tem ganhado destaque e reconhecimento nas mais diversas áreas da saúde. A Terapia Assistida por Animais (AAT – Animal Assisted Therapy) é uma intervenção planejada, com objetivos terapêuticos específicos, na qual os animais são incorporados como parte do tratamento de pacientes em diversos contextos, como hospitais, lares de idosos, clínicas de reabilitação, escolas, e até mesmo em programas de apoio a vítimas de trauma.

O conceito de Pet Terapia baseia-se na premissa de que a interação com animais pode trazer benefícios emocionais, psicológicos e até físicos para os indivíduos que estão passando por tratamentos difíceis ou fases desafiadoras da vida. Diversos estudos têm comprovado que a presença de um pet, seja ele um cão, gato ou até mesmo outros animais, pode reduzir significativamente os níveis de estresse, ansiedade e depressão, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes (Nimer & Lundahl, 2007).

Benefícios da Terapia Assistida por Animais

A AAT tem sido eficaz em uma série de contextos terapêuticos, e os benefícios vão muito além do conforto emocional. Os animais, especialmente cães treinados, são usados para:

  • Reduzir o estresse e a ansiedade: A interação com cães, por exemplo, pode ajudar a diminuir os níveis de cortisol – o hormônio do estresse – e a promover a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores relacionados ao bem-estar (Beetz et al., 2012).
  • Melhorar o humor e proporcionar apoio emocional: Em pacientes enfrentando condições graves como câncer, doenças crônicas ou em tratamentos prolongados, a simples presença de um animal pode gerar um sentimento de acolhimento e conforto, contribuindo para a melhora do humor e da disposição emocional.
  • Fomentar a motivação e a adesão ao tratamento: Pacientes que interagem com animais tendem a mostrar maior disposição para participar de sessões de fisioterapia, terapia ocupacional ou reabilitação, já que a presença do animal cria um ambiente mais leve e motivador.
  • Melhorar a interação social: A presença de animais pode estimular a comunicação e o relacionamento interpessoal, especialmente em indivíduos que têm dificuldade em interagir socialmente, como crianças autistas, pessoas com transtornos psiquiátricos ou idosos com demência.

O Impacto dos Pets em Ambientes Clínicos

No ambiente hospitalar, onde muitos pacientes estão isolados e enfrentando jornadas de tratamento que podem ser emocionalmente desgastantes, os cães de terapia são frequentemente utilizados para aliviar o impacto psicológico de longos períodos de internação. Estudos demonstram que pacientes que interagem com animais durante tratamentos prolongados, como sessões de quimioterapia ou reabilitação pós-cirúrgica, relatam menor intensidade de dor, menos episódios de depressão e uma recuperação emocional mais rápida (Marcus, 2013).

Além disso, há um impacto direto no ambiente clínico como um todo. Não são apenas os pacientes que se beneficiam – profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e assistentes, também relatam sentir menos estresse e mais satisfação no trabalho quando os animais estão presentes, pois o ambiente se torna menos tenso e mais acolhedor (Barker et al., 2015).

Terapia Assistida para Crianças e Adolescentes

Crianças e adolescentes que participam de programas de terapia assistida por animais, seja em ambientes clínicos ou educacionais, tendem a demonstrar melhoras significativas no comportamento emocional e social. Crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), autismo ou dificuldades emocionais muitas vezes encontram nos animais uma forma de se conectar emocionalmente e expressar sentimentos que, de outra forma, seriam difíceis de verbalizar (Martin & Farnum, 2002).

Em ambientes escolares, a introdução de programas de Leitura Assistida por Cães (Reading Assistance Dog Programs) mostrou-se eficaz em melhorar as habilidades de leitura de crianças, além de reduzir a ansiedade relacionada ao aprendizado. A presença do animal cria um ambiente seguro e sem julgamentos, onde a criança se sente mais confiante para ler em voz alta, promovendo uma experiência de aprendizado mais positiva e enriquecedora (Hall et al., 2016).

Apoio a Pacientes com Doenças Crônicas e Graves

Pacientes que enfrentam doenças graves, como o câncer, têm se beneficiado amplamente da presença de cães de terapia durante tratamentos invasivos e prolongados. A Pet Terapia é frequentemente utilizada como parte de um tratamento paliativo, onde o objetivo não é apenas tratar a doença, mas melhorar a qualidade de vida e proporcionar conforto emocional.

Em muitas instituições, os cães de terapia são trazidos para as unidades de internação para fazerem visitas regulares aos pacientes. Durante essas visitas, o contato físico com o animal – como acariciar o cão ou simplesmente ter sua presença ao lado da cama – reduz a sensação de isolamento e melhora o humor dos pacientes, criando um ambiente mais acolhedor e menos clínico. Esse tipo de intervenção tem mostrado grande eficácia no tratamento de pacientes com doenças terminais, proporcionando uma fonte de conforto emocional inestimável (Sobo, Eng, & Kassity-Krich, 2006).

O Treinamento dos Cães de Terapia

Um aspecto crucial da Terapia Assistida por Animais é o treinamento especializado que os cães precisam receber antes de serem inseridos em ambientes clínicos. Cães de terapia não são animais de estimação comuns – eles passam por um extenso processo de treinamento que os ensina a permanecer calmos em situações estressantes, a responder de forma adequada a estímulos inesperados e a interagir de maneira controlada e gentil com os pacientes. Além disso, esses animais são treinados para reconhecer quando um paciente precisa de conforto emocional, muitas vezes de maneira intuitiva.

O trabalho dos cães de terapia vai muito além de apenas estar presente. Eles são treinados para oferecer uma sensação de segurança e apoio em momentos de vulnerabilidade. Essa capacidade de fornecer conforto emocional e físico é especialmente importante em pacientes que estão passando por traumas emocionais ou físicos, como veteranos de guerra com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Esses animais ajudam a criar um ambiente seguro e estável, onde os pacientes podem começar a reconstruir sua confiança e encontrar uma fonte de estabilidade emocional.

O Papel do Especialista em Comportamento Animal

Um aspecto crucial da Terapia Assistida por Animais é o treinamento especializado que os cães precisam receber antes de serem inseridos em ambientes clínicos. Cães de terapia não são animais de estimação comuns – eles passam por um extenso processo de treinamento que os ensina a permanecer calmos em situações estressantes, a responder de forma adequada a estímulos inesperados e a interagir de maneira controlada e gentil com os pacientes. Além disso, esses animais são treinados para reconhecer quando um paciente precisa de conforto emocional, muitas vezes de maneira intuitiva.

O trabalho dos cães de terapia vai muito além de apenas estar presente. Eles são treinados para oferecer uma sensação de segurança e apoio em momentos de vulnerabilidade. Essa capacidade de fornecer conforto emocional e físico é especialmente importante em pacientes que estão passando por traumas emocionais ou físicos, como veteranos de guerra com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Esses animais ajudam a criar um ambiente seguro e estável, onde os pacientes podem começar a reconstruir sua confiança e encontrar uma fonte de estabilidade emocional.

Entretanto, para maximizar esses benefícios, é essencial que a relação entre tutor e pet seja bem equilibrada. Muitas vezes, os comportamentos de ansiedade do próprio pet podem aumentar o estresse do tutor, criando um ciclo negativo. Aqui entra a importância de um especialista em comportamento animal, que pode auxiliar no treinamento e no ajuste de rotinas adequadas para o bem-estar de ambos. Um profissional especializado pode ensinar o tutor a identificar sinais de ansiedade no animal, como lambedura excessiva, latidos constantes ou destruição de objetos, e a desenvolver estratégias de manejo que melhorem o comportamento do pet e, consequentemente, o bem-estar do tutor.

Ao fornecer técnicas de condicionamento positivo, um especialista ajuda a criar um ambiente onde o pet se sente seguro e, portanto, menos ansioso. Isso resulta em uma convivência mais tranquila e harmoniosa, reforçando o vínculo entre tutor e animal e maximizando os benefícios da relação para a saúde mental do tutor.

Educação do Tutor

Um dos pilares fundamentais do trabalho de um especialista em comportamento animal é a educação do tutor. Os tutores, por mais dedicados que sejam, muitas vezes carecem do conhecimento técnico necessário para interpretar corretamente os comportamentos de seus pets. Certos comportamentos que parecem problemáticos – como latidos excessivos, destruição de móveis ou urinar fora do lugar – frequentemente são manifestações de estresse, ansiedade ou até mesmo frustração por falta de estímulos adequados. O papel do especialista, nesse contexto, é crucial para traduzir a linguagem corporal e os sinais emocionais dos animais, ajudando os tutores a entenderem o que está por trás dessas ações.

Por exemplo, um cão que late excessivamente pode estar tentando comunicar algo que o tutor não percebe. Latidos podem ser causados por diversos fatores, como medo, ansiedade de separação, tédio ou até mesmo necessidades físicas, como fome ou desconforto. Sem a orientação adequada, o tutor pode tentar suprimir o comportamento através de punições ou de forma inadequada, o que pode agravar o problema. Um profissional em comportamento animal, por outro lado, pode ajudar o tutor a reconhecer os sinais que precedem o comportamento e, assim, tomar medidas preventivas ou reestruturar o ambiente do cão para minimizar o gatilho que provoca o latido.

Outro exemplo comum é o comportamento destrutivo, como roer móveis ou destruir objetos. Esse tipo de comportamento, muitas vezes, é interpretado como “desobediência” ou “malcriação”, mas, em muitos casos, reflete a necessidade natural de mastigar ou explorar o ambiente – especialmente em filhotes. Educar o tutor a fornecer alternativas saudáveis, como brinquedos adequados, além de criar uma rotina de atividades que envolvam desafios mentais e físicos, pode transformar completamente a dinâmica entre tutor e pet.

Quando os tutores entendem melhor os comportamentos de seus animais e o que eles estão tentando comunicar, eles conseguem estabelecer rotinas mais saudáveis, ajustando o ambiente para reduzir comportamentos indesejados e promover o bem-estar do pet. Isso, por sua vez, fortalece o vínculo entre tutor e animal, criando uma convivência mais harmoniosa e satisfatória para ambos.

Abordagens Personalizadas

Assim como os humanos, cada animal é único em termos de personalidade, temperamento, experiências anteriores e necessidades emocionais. O que funciona para um cão pode não funcionar para outro, e é aí que a personalização das abordagens de treinamento e manejo se torna essencial. Um profissional em comportamento animal tem o conhecimento necessário para avaliar cada situação individualmente e propor estratégias customizadas que atendam tanto às necessidades do animal quanto às do tutor.

Por exemplo, animais que apresentam sinais de ansiedade severa – como tremores, automutilação ou comportamentos compulsivos – exigem uma abordagem cuidadosa e gradual para que possam se sentir seguros em seu ambiente. Técnicas como a dessensibilização (onde o pet é exposto gradualmente a estímulos que provocam medo, mas de maneira controlada e com reforço positivo) e o condicionamento positivo (reforçar comportamentos desejados com recompensas) são amplamente utilizadas para ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o comportamento do animal.

Em animais com traumas anteriores, como cães resgatados de situações de maus-tratos, a paciência e a consistência são fundamentais. Esses cães podem ter dificuldades em confiar em humanos ou apresentar comportamentos agressivos por medo. Um especialista sabe como construir confiança através de técnicas que respeitam o tempo e o espaço do animal, ajudando-o a se sentir seguro novamente.

Esse trabalho personalizado não só beneficia o animal, mas também tem um impacto direto no tutor. Um tutor que vê o progresso de seu pet, mesmo que lento, sente-se mais confiante em lidar com as situações e mais capacitado a responder de maneira adequada às necessidades emocionais do animal. A relação entre tutor e pet se torna mais sólida, baseada em confiança e compreensão mútua.

Apoio na Adaptação e Socialização

A adaptação e socialização adequadas são dois dos maiores desafios enfrentados por tutores, especialmente quando se trata de introduzir o pet a novos ambientes ou de integrar o animal a uma dinâmica doméstica com outros animais ou pessoas. Um cão que não foi socializado adequadamente pode desenvolver comportamentos agressivos, medo excessivo ou ansiedade em situações sociais, o que pode tornar a convivência desafiadora.

O papel do especialista em comportamento animal nesse processo é vital, pois ele pode guiar o tutor na introdução gradual do pet a novos ambientes, animais ou pessoas, minimizando o estresse e prevenindo problemas de comportamento. Socializar um cão não é apenas uma questão de deixá-lo interagir com outros cães de forma indiscriminada. É necessário um planejamento que considere o temperamento e as experiências passadas do pet.

Cães que têm medo de outros cães, por exemplo, precisam de exposições controladas e seguras, onde possam observar outros animais a uma distância confortável, sem se sentirem ameaçados. Gradualmente, conforme o cão se sentir mais seguro, o especialista pode ajudar o tutor a diminuir essa distância e permitir interações mais próximas, sempre monitorando a resposta emocional do animal.

Além disso, a adaptação a novos ambientes – como uma casa nova, um novo membro da família, ou a chegada de outro animal de estimação – também pode ser facilitada com a ajuda de um especialista. Mudanças no ambiente podem ser extremamente estressantes para alguns animais, levando a comportamentos como urinar fora do lugar, perda de apetite ou até mesmo agressividade. Ao planejar essas transições com antecedência e fornecer o suporte necessário durante o processo, o profissional ajuda a garantir que o pet se adapte de maneira saudável e tranquila.

Esse tipo de apoio profissional é particularmente importante em famílias que incluem crianças pequenas ou outros animais. A introdução de um novo cão ou gato precisa ser feita com cuidado, respeitando os limites de todos os envolvidos para evitar situações de estresse ou conflitos. Com o suporte adequado, o processo de adaptação se torna mais seguro e menos traumático para todos.

Conclusão

O relacionamento entre humanos e pets é uma via de mão dupla: os animais oferecem companhia, apoio emocional e uma motivação constante para a prática de hábitos saudáveis, enquanto os tutores, ao aprenderem mais sobre as necessidades emocionais e comportamentais de seus pets, podem fortalecer ainda mais esse vínculo especial. Como especialista em comportamento animal, acredito que, ao educar os tutores e ajudá-los a compreender melhor os sinais de seus pets, podemos criar um ambiente mais equilibrado, onde ambos, tutor e pet, se beneficiam emocionalmente e psicologicamente.

O papel dos pets na saúde mental das pessoas é inegável. No entanto, para maximizar esses benefícios, é necessário um trabalho conjunto entre tutores e profissionais especializados, garantindo que a convivência com os pets seja sempre positiva, segura e enriquecedora para ambos os lados.

 

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